São nos momentos mais críticos da História que a sociedade civil organizada precisa mostrar sua relevância e a sua competência para apoiar os anseios, representar os interesses e promover a garantia de direitos e a proteção social das pessoas, dos grupos e das comunidades em situação de vulnerabilidade no Brasil.
Vivemos em um país que, a partir de sua Constituição Federal, tem como pilares essenciais de sustentação o regime democrático, a efetivação da justiça, a promoção da igualdade social e da diversidade humana e cultural e, em especial, a garantia dos direitos humanos. A mesma Constituição Federal que prevê a proteção social às pessoas mais vulneráveis, por ratificar a premissa ética que orienta o nosso projeto de nação: de que somos todos iguais como pessoas humanas e que devemos ter acesso equânime às oportunidades para que sejamos o melhor que possamos ser, de acordo com nossas vocações e nossos desejos.
Agora estamos em um desses momentos críticos. Quando um dos candidatos à Presidência da República cria uma agenda e promete medidas com base em uma plataforma política que restringe a democracia e ameaça a garantia dos direitos humanos. Que agride pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade em seus discursos e que prevê ser ainda mais agressivo na prática política, caso seja eleito. Que promove a violência e a truculência como estratégias de imposição da vontade de uns sobre os outros, de modo institucionalizado.
Essa plataforma contraria os princípios mais básicos que orientam a existência e a atuação da Adel, a sua missão e conflitam de modo claro com seus valores. Vai de encontro ao modelo de desenvolvimento que a Adel acredita ser importante para um país como o Brasil, dado seu contexto histórico, social e cultural. Desenvolvimento que apenas é possível com políticas públicas participativas que sejam orientadas para atender às pessoas e potencializá-las como protagonistas de suas histórias e de suas comunidades.
Precisamos de mais democracia, de efetivação mais intensa dos direitos humanos. Não de menos. Nunca de menos.
Vai além disso: a Adel acredita na empatia e na construção de uma cultura de paz como caminhos para o desenvolvimento humano e sustentável. Em menos violência, menor truculência, em maior gentileza e respeito nas relações entre as pessoas: a disseminação de uma ética de cooperação e empatia.
Democracia, garantia irrestrita e incondicional dos direitos humanos, igualdade e diversidade são alguns dos valores mais caros para a Adel e são essenciais para sua missão. Para os impactos sociais que gera nas vidas de jovens e agricultores. E qualquer ameaça a esses valores merece nada menos do que nosso repúdio.
Não apoiamos nenhum candidato em específico em qualquer processo eleitoral que seja. Mantemos nossa posição de absoluta neutralidade partidária. Mas manifestamos aqui nosso total repúdio à plataforma política apresentada pelo candidato Jair Bolsonaro, às agressões às instituições democráticas e aos direitos humanos no Brasil.