Respeito à diversidade

Turma do Projeto Diversidade e Empreendedorismo de Jovens Rurais

*Por Aurigele Alves (Diretora de Programas Adel)

Dezessete de maio virou símbolo da luta por direitos humanos e pela diversidade sexual, contra a violência e o preconceito. Mesmo o dia de hoje, sendo um marco na defesa pelos direitos da população LGBT+, discutir sobre sexualidade está longe de ser visto como algo necessário. Precisamos compreender que debater sobre diversidade é defender o direito à vida. Todos os dias pessoas diferentes são afetadas pela ausência de políticas públicas, têm seus direitos negados e as suas vidas são ameaçadas.

Somos empurradas para o abismo dia após dia. Oportunidades quase nunca chegam, a absorção da mão de obra LGBT+ no mercado de trabalho é muito pequena e a sensação que temos é que, quando assumimos nossa identidade, automaticamente as “portas” são fechadas. É fato que existe uma mudança acontecendo timidamente. Diversas empresas e organizações têm criado e investido em programas de apoio e incentivo ao desenvolvimento de pessoas LGBT+. É interessante e devemos reconhecer a importância disso, mas não podemos esquecer que muitos (as) travestis e transexuais ainda se prostituem porque não conseguem trabalho, mesmo quando têm bons currículos. Muitos (as) LGBT+ omitem a sua sexualidade no ambiente de trabalho por medo de sofrerem preconceito ou mesmo perderem o emprego.

Com isso, uma boa alternativa para mitigar esse desafio, é estimular e apresentar o empreendedorismo como um caminho para a inclusão socioprodutiva da população LGBT+. Ao mesmo tempo em que nossos talentos, as habilidades e vocações são empenhadas na realização de sonhos, é possível termos maior autonomia e liberdade para sermos quem gostaríamos de ser. São em iniciativas como a da Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel), por meio do projeto Diversidade no Empreendedorismo de Jovens Rurais, e de centenas de outras organizações que trabalham incansavelmente para que a população LGBT+ conquiste maior visibilidade, que acreditamos. A luta continua fundamental pela garantia dos nossos direitos, pela ressignificação da liberdade e principalmente pela geração de oportunidades, respeito e reconhecimento enquanto cidadãos.

Publicado originalmente no Tribuna do Ceará.

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