Meliponicultores contribuem para a preservação ambiental

Everardo Alves, Meliponicultor de Lagoa das Pedras, Apuiarés (CE)

Hoje, 05 de junho, é o Dia Mundial do Meio Ambiente e a Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel) acredita que o compartilhamento de experiências positivas, sejam de pequeno ou grande porte, que contribuem direta ou indiretamente para o desenvolvimento sustentável e ambiental do planeta, são de grande valia na luta por uma convivência mais responsável e consciente, tendo em vista a realidade atual de consumo das populações ao redor do globo.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é preciso estar atento a pontos como descarte inadequado do lixo, ausência de coleta seletiva e projetos de reciclagem, consumo exacerbado de recursos naturais, desmatamento, má utilização dos recursos hídricos e esgotamento do solo.

No semiárido cearense, um grupo de meliponicultores está fazendo o caminho inverso da prática de consumo dos grandes centros urbanos. A Rede Néctar do Sertão congrega produtores de diversas comunidades rurais dos municípios de Apuiarés e Pentecoste que veem na Meliponicultura uma ação social e econômica, mas principalmente uma oportunidade de preservação ambiental e valorização do bioma Caatinga.

Em Lagoa das Pedras, comunidade do município de Apuiarés (CE), os meliponicultores são responsáveis por uma reserva ambiental com cerca de 100m², onde foram plantadas diversas espécies nativas da Caatinga, tais como aroeira, angico e pau d’arco, também conhecido como ipê. As espécies foram estrategicamente pensadas pela afinidade que têm com a abelha nativa, jandaíra, que é bem seletiva, segundo os produtores.

A reserva envolve o Meliponário Modelo da comunidade, um espaço de produção, aprendizagens e trocas de conhecimentos. Como os meliponicultores estão organizados em Rede, é possível gerir de maneira sustentável e colaborativa o espaço, o que consequentemente fortalece a atividade no território. Segundo o Manual Tecnológico Mel de Abelhas sem Ferrão do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), é chamado de meliponário o local onde são instaladas as colmeias de meliponíneos, tendo como principais objetivos dar conforto para as abelhas e facilitar o trabalho do meliponicultor.

Caixa para criação de abelhas

Everardo Alves, meliponicultor da Rede Néctar do Sertão e um dos gestores do local, conta que o meliponário tem impacto positivo para quem cria e pesquisa sobre as abelhas. “Estou muito satisfeito em compartilhar minhas experiências e ensinamentos com a criação de abelhas e por exercer uma atividade que preserva o meio ambiente”, reforça.

Com 30 caixas povoadas com as melhores abelhas para replicação de novas colmeias, o principal intuito da iniciativa é atender os produtores locais e realizar estudos sobre a meliponicultura, fortalecer a produção de mel e utilizar as abelhas para polinização de plantas nativas e agrícolas, com foco na preservação, conservação e promoção do desenvolvimento sustentável.

Sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente

O Dia Mundial do Meio Ambiente comemora-se anualmente todo dia 5 de junho. Foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. Um dos objetivos principais deste dia é alertar toda a população humana para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais. Tendo em vista o esgotamento desses recursos, acarretado pelo consumo desenfreado dos seres humanos.

A data propõe uma mudança no modo de ver e tratar as questões ambientais ao redor do mundo, além de serem estabelecidos princípios para orientar a política ambiental em todo o planeta. Apesar do grande avanço que a Conferência representou, ainda há muito o que se discutir e avançar na luta pela saúde do planeta.

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