Ontem (17/05), realizamos o segundo intercâmbio com os produtores rurais das comunidades beneficiados pelo Projeto de Segurança Hídrica, componente do Programa Raízes desenvolvido pela CPFL Renováveis. O intercâmbio ocorreu no Assentamento Modelo 1, no município de João Câmara, Rio Grande do Norte.
Onze produtores rurais, sendo dois do Assentamento Modelo 1 e nove dos Assentamentos Boa Esperança, Florêncio José, Modelo 2 e Ouro Verde participaram da atividade. Desta vez, o objetivo do intercâmbio foi promover a troca de experiências entre produtores que trabalham com irrigação em pequenas propriedades e de forma coletiva.
No intercâmbio foram apresentados os benefícios do trabalho coletivo, as culturas que permitem maior rentabilidade e quais as estratégias utilizadas para o escoamento da produção. No primeiro momento, os participantes do intercâmbio reuniram-se com os produtores do Assentamento Modelo 1 e discutiram as vantagens e desafios do trabalho em grupo, bem como as alternativas para os desafios expostos, as formas de organização, gestão dos recursos e a expansão da área produtiva.
Em seguida, o grupo visitou uma área irrigada de dois hectares, cultivada coletivamente no próprio Assentamento. Nesse espaço eles trabalham com diversas culturas – milho, feijão, pimentão, mamão e hortaliças. A renda média da atividade é cerca de um salário mínimo por família.
O Assentamento Modelo 1 possui um grupo de produtores composto por 22 assentados. Embora não possuam uma associação, pretendem possuir um regimento interno e reuniões mensais para abordar assuntos sobre a produção, divisão de tarefas, prestação de contas, divisão de lucros e as necessidades de manutenção e investimentos na área produtiva.
Para Sebastião Carlos da Silva, Produtor do Assentamento Modelo 1, o regimento interno é de extrema importância. “Na comunidade de vocês, na criação dos novos grupos. É importante que tenha um coordenador, um vice e um regimento. O regimento vai ser bom para colocar as regras e evitar brigas”, ressalta. Rita de Cássia Lopes, Produtora do Assentamento Modelo 2, destacou a importância do trabalho em grupo. “Com o trabalho em grupo conseguimos muitas vitórias, conseguimos um poço. Eu e as meninas plantamos hortaliças, milho, feijão e acerola. Vendemos as caixas de acerola por R$ 20,00 para dois comércios em João Câmara”.
A expectativa da Adel é que a partir dos intercâmbios e das vivências do Projeto os produtores rurais implementem nas comunidades onde vivem ações que possam contribuir com o desenvolvimento da comunidade. Além de promover os intercâmbios, o Projeto de Segurança Hídrica apoia as comunidades beneficiadas na implantação das ideias. Cada comunidade recebe um kit de irrigação para 2 hectares, um poço equipado e legalizado, e, uma micro usina de energia fotovoltaica que reduzirá os custos com energia elétrica em até 60%.
Primeiro intercâmbio realizado
Outra experiência que foi compartilhada com os participantes através dos intercâmbios foi o uso dos sistemas de dessalinização e energia fotovoltaica. Em abril deste ano, a Adel realizou o primeiro intercâmbio com as lideranças comunitárias de Brinco de Ouro e Queimadas, em João Câmara; e, Umburanas, em São Miguel do Gostoso, para conhecer como estes sistemas funcionam.
Os sistemas de dessalinização da água via osmose reversa é umas das alternativas para garantir o acesso a água de qualidade. A dessalinização via osmose reversa consiste na pressurização da água salobra através de um sistema de membrana de filtragem. A água passa por poros microscópicos que fazem a retenção do sal e outras impurezas e o resultado é uma água doce, própria para o consumo.
Com a implantação dos sistemas, espera-se ampliar nestas comunidades a quantidade de água potável e reduzir as doenças relacionadas ao uso da água não tratada dos poços. No total, serão beneficiados com esta tecnologia mais de 2.200 moradores.
O Projeto Segurança Hídrica é realizado pela Adel no Rio Grande do Norte e integra o Programa Raízes desenvolvido pela CPFL Renováveis. O objetivo do Projeto é ampliar o acesso à água segura para consumo humano e para a produção, através de um modelo que integra inovação tecnológica, fortalecimento de capacidades e gestão comunitária das águas, em nove comunidades rurais.