Edvania Custódio da Costa, 22, nasceu na sede de Paracuru, é a filha mais jovem de dois irmãos. Sua mãe, D. Marlucia Custódio conta que a filha é uma empreendera nata. “Ela já nasceu com o dom de empreender, lembro que ela fazia pulseiras e vendia adesivos no colégio para conseguir seu próprio dinheiro”.
Os pais de Edvania se separam quando ela era recém-nascida e D. Marlucia, natural do Rio Grande do Norte relata que foi em meio as dificuldades que aprendeu a superar os obstáculos e na nova fase de sua vida em Paracuru. “Tive que descascar cocos para poder sustentar meus filhos, aprendi a ganhar meu próprio dinheiro em meio as dificuldades, sempre busquei formas de conseguir uma renda, seja através de serviços prestados quanto na venda de confecções de uma amiga em troca de comissões”.
Edvania herdou da mãe a esperteza e persistência. Desde muito jovem foi dedicou-se aos estudos e ajudar na renda da casa. Ainda no Ensino Fundamental, começou a fabricar bijuterias para vender no colégio. A arte de fazer as bijuterias aprendeu com os programas de TV. “Aprendi a fazer vendo TV, vi alguns programas que abordava o processo de fazer bijuterias e vi que era uma oportunidade ter uma renda, comecei fazer a gosto, falo assim porque sabia o que as meninas naquela época gostavam, cores, formatos, combinações, e isso me ajudou no sucesso de venda que foi”.
No Ensino Médio Edvania mudou o foco, a jovem deixou de lado as bijuterias e começou a vender cosméticos por encomenda em troca de comissões no município. No primeiro mês a jovem superou as vendas de revendedoras experientes, e foi daí que a família e os amigos viram nascer uma empreendedora de sucesso no município.
“Lembro que um amigo meu vendo minhas atividades diárias de estudo e vendas, falava que eu deveria trabalhar em um programa de TV só de vendas, porque eu sabia se expressar bem na hora de vender algum produto”, relata Edivania.
Durante três anos Edivania conciliou as atividades do colégio com a venda de cosméticos e tornou-se em 2012 uma das revendedoras mais solicitadas no Paracuru. Mas, ela sempre acreditava que era necessário ter conhecimentos de gestão. Desse modo, começou a fazer vários cursos na cidade – controle de produção, técnica em secretariado e auxiliar administrativo e financeiro.
Foram quatro anos trabalhando como revendedora, mas a atividade não se consolidou e logo ela foi trabalhar em uma sapataria de Paracuru. Como a remuneração era maior, Edvania tentou conciliar as duas atividades, mas não conseguiu e decidiu paralisar as suas atividades de revendedora.
Edvania ficou na sapataria apenas três meses, e logo em seguida, trabalhou como secretaria em um escritório de advocacia. Ambas as experiências não tiveram êxito, e depois surgiu a oportunidade de trabalhar na Associação Beneficente de Paracuru, uma organização voltada para o apadrinhamento de crianças.
Ousadia
Quando começou trabalhar na Associação Beneficente de Paracuru, Edvania começou a pensar em retomar as vendas. Ao mesmo tempo, ela soube através de uma amiga que as inscrições do Programa Jovem Empreendedor Rural (PJER) estavam abertas. “Vi que era uma oportunidade de investir no meu grande desejo de empreender, não hesitei em sair da ONG, apesar de gostar muito de lá, decidi participar da formação e me capacitar para ser uma empreendedora de sucesso”, afirma Edvania.
A jovem ingressou no PJER, fez o Curso Empreendedorismo e Gestão de Negócios. “Minha passagem pelo PJER me trouxe vários momentos proveitosos e que eu não tinha ideia do quanto ia me marcar. Logo tive que aprender a fundo o que era meu negócio, conhecê-lo mais profundo e ver se dava para eu empreender na área de vendas de cosméticos. E o resultado foi muito satisfatório, porque além de trabalhar com vendas, poderei levar beleza as pessoas. Além de saber gerenciar meu negócio, e isso é maravilhoso” enfatiza.
Depois do curso a jovem se viu pronta para investir e colocar em prática o que aprendeu na formação. Edvania elaborou um plano de negócio e submeteu ao Fundo Veredas da Adel. Ela planeja ampliar o estoque de produtos, investir no marketing do negócio e ganhar mais clientes da região.
“Além de ter o suporte do crédito que proporcionou a ampliação do meu estoque, que chamo de pronta entrega, onde vou poder suprir a maioria das necessidades dos meus clientes, não me arrependo de ter deixado meu emprego para fazer o curso, porque existia uma Edvania antes do PJER, e outra agora” afirma a jovem.
Edvania é uma das jovens beneficiados pelo Programa Jovem Empreendedor Rural (PJER) desenvolvido pela Adel que está dando uma Nova Cara ao Sertão. Ela enxergou no empreendedorismo a oportunidade para ter o seu próprio negócio e permanecer no município.