Leonilda Soares Silva, 28, reside na comunidade de Serrota, Pentecoste. Filha de D. Zeneida Soares e José Leôncio, é a única mulher de quatro irmãos, e desde muito jovem desejou ter uma renda própria.
Ainda criança, os pais migraram para capital do Estado em busca de melhores condições de vida, mas por medo e insegurança, logo a família retornou para Serrota. Leonilda aos dezoito anos, após concluir o Ensino Médio, ainda morou sozinha em Fortaleza para fazer um Curso Técnico de Informática.
A jovem conta que logo após concluir o Curso surgiu a primeira oportunidade de trabalho em Fortaleza. Ela começou a trabalhar com telemarketing, mas logo após três meses, decidiu novamente voltar para Serrota devido a qualidade de vida. “Não era viável permanecer lá, era muito desgastante e a remuneração baixa”.
Retornando para Serrota, surgiu uma outra oportunidade de trabalho. Desta vez, foi em uma Fábrica de Calçados. A função em nada se aplicava aos conhecimentos da informática, mas por necessidades ela trabalhou por dois anos como assistente de produção na Fábrica.
“Eu tinha um objetivo de buscar mais conhecimento para futuramente aplicar em uma profissão ou negócio. Naquele momento não deu, não tinha mercado na comunidade, então decidi buscar outras ocupações remuneradas para poder suprir minhas necessidades”.
Devido os problemas de saúde que começaram a surgir ela saiu da Fábrica e passou um período em casa recebendo o seguro desemprego. “Era muitas horas em pé e prejudiquei minha coluna, também não tinha disponibilidade para estudar e ter um lazer”.
Retomando projetos
No período que Leonilda trabalhou na Fábrica de Calçados ela fez algumas economias e permaneceu com a esperança de um dia trabalhar na área de informática. Isso fez com que no período em que ela estava sem trabalho percebesse uma oportunidade de negócio dentro da própria casa.
A jovem tinha um computador que acessava as redes sociais e que disponibilizava as vezes para os amigos e os vizinhos fazerem alguma atividade ou acessar a internet. Um dia, um dos amigos de Leonilda decidiu pagar para acessar o computador, e diante do número de pessoas que frequentava a sua casa para usufruir desta ferramenta ela decidiu estipular uma taxa para o acesso.
Com o passar do tempo, as habilidades de informática começaram a ser utilizadas. Leonilda digitava trabalhos, fazia alguns desenhos gráficos, atividades escolares, pesquisas, entre outros. Mais tarde, ela percebeu que estava ganhando mais do que na Fábrica. Daí, foi comprando outros computadores e impressoras, até montar uma lan house em um ponto comercial que o pai tinha construído em casa.
Visão empreendedora
Depois de meses vendendo os serviços na comunidade, Leonilda conta que ainda não tinha uma visão empreendedora. “Eu não planejei ser uma empreendedora, apenas percebi que dava pra empreender. Com o tempo e o surgimento dos smartphones, eu percebi que o negócio não estava rendendo como antes e que as pessoas estavam buscando outros serviços”.
Somente a partir de 2013, quando ingressou no Programa Jovem Empreendedor Rural (PJER) da Adel, que ela adquiriu conhecimento para gerir e lidar com as situações adversas do negócio. Durante a formação, Leonilda conta que compreendeu a importância de elaborar estratégias para gerir o negócio, se adaptar ao mercado e torná-lo mais rentável.
“O meu negócio está mais organizado depois da formação, consegui novos clientes, sem falar dos fixos, tem mês que é super rentável, mas outros nem tanto”. Além da formação, Leonilda também elaborou um projeto de negócio do empreendimento e acessou crédito do Fundo Veredas da Adel e ampliou seu empreendimento.
Hoje, além de vender pequenos insumos de informática, presta serviços de impressão, encadernação, plastificação, convites personalizados, estampa em camisetas, banners, gravação, internet e vende roupas para a sua mãe.
Os planos de Leonilda, após acessar por três vezes crédito no Fundo Veredas, é oferecer materiais para festas (aniversários a casamentos). Lembrancinhas, convites, camisas, copos, e chaveiros. Ela acredita que inovando estará possibilitando o acesso da comunidade a estes serviços e colaborando com o desenvolvimento das pessoas.
Leonilda é uma das jovens beneficiados pelo Programa Jovem Empreendedor Rural (PJER) desenvolvido pela Adel que está dando uma Nova Cara ao Sertão. Ela encontrou no empreendedorismo a oportunidade para ter sua própria renda e possibilita o acesso da comunidade as tecnologias de informação e comunicação.