Programa Soluções Rurais
O Programa Soluções Rurais busca contribuir para o desenvolvimento local de comunidades rurais, a partir da cooperação entre atores da sociedade civil e da integração de soluções inovadoras e viáveis nas diversas dimensões do desenvolvimento (social, econômica, ambiental e cultural).
Este Programa incrementa capacidades individuais (agricultores) e coletivas (comunidades rurais) para que soluções sejam criadas, otimizadas, contextualizadas e implantadas de modo integrado, em rede e complementando umas as outras, em prol do desenvolvimento local nas comunidades atendidas. Isso representa instrumentalizar os atores locais para o desenvolvimento.
As soluções de convivência com o Semiárido são identificadas de acordo com as demandas, as oportunidades e as potencialidades das comunidades atendidas nas seguintes áreas:
Recursos Hídricos
Na área de recursos hídricos, implementamos nas comunidades soluções para garantir o direito humano à água – tanto para consumo humano, como enquanto insumo na produção. Saber usar os recursos hídricos disponíveis
é uma competência essencial para a convivência próspera com a realidade ambiental e econômica do semiárido. Cerca de 20% da população do Nordeste brasileiro não tem acesso a água.
Agricultura familiar
Governança Local
O acesso das agricultoras e agricultores a conhecimento, crédito orientado, redes e tecnologias é promovido por meio da capacitação e assessoria técnica; dos Fundos Rotativos Comunitários, das Redes Cooperativas e do uso de tecnologias socioambientais.
Capacitação e assessoria técnica
Promovemos capacitações para as agricultoras e agricultores; e, assessoria técnica na produção e gestão dos empreendimentos. Compartilhamos novos conhecimentos com grupos produtivos, tais como: técnicas de produção sustentável, associativismo, educação financeira, gestão, beneficiamento, comercialização e agregação de valor.
Fundo Rotativo Comunitário
Os Fundos Rotativos Comunitários são implementados com o intuito de potencializar a capacidade produtiva de uma comunidade a partir da ativação de seu capital social. Os Fundos Rotativos são mais que instrumentos de indução econômica. São mecanismos de proteção social. Eles resultam da capacidade de governança local, por ocorrer devido à tomada coletiva de decisão e em regime autogestionário.
Cada Fundo tem uma política de gestão, que consta todas as ferramentas e as regras para uso e gestão dos recursos. Cada agricultor diretamente beneficiado por um investimento social ou doação se compromete a devolver, por meio de pagamentos, o valor que recebeu em benefícios e serviços para um fundo coletivo, que é gerido e governado pela comunidade. Desse modo, todos os recursos investidos em alguns agricultores de uma determinada comunidade assumem condição rotativa, podendo ser re-emprestados para novos agricultores da mesma comunidade em diferentes e progressivos ciclos, dando maior escala aos seus impactos sociais. Normalmente, os Fundos Rotativos são administrados pela associação comunitária.
Redes Cooperativas
As Redes Cooperativas objetivam estimular a formação de redes de grupos produtivos de comunidades e territórios em torno de arranjos que otimizem as cadeias produtivas e expandam a participação dos agricultores em seus estágios mais rentáveis e que sejam capazes de incidir em políticas públicas e qualificar os investimentos públicos e privados em programas de larga escala de apoio à agricultura familiar. O Programa mobiliza os agricultores, organiza e participa de fóruns e eventos para discussão e construção participativa de planos estratégicos territoriais, incentivando, assessorando e coordenando o diálogo intersetorial e a formulação de ações e projetos cooperativos.
Tecnologias Socioambientais
Uma importante parte do nosso trabalho com agricultores é ajudá-los a aprender e a implantar, nas comunidades que eles vivem, tecnologias socioambientais de baixo custo, mas de elevado impacto social. É o caso das cisternas de placa, que permitem, a eles, coletar e armazenar água nas temporadas de chuvas para poder consumir nos períodos de estiagem. Por meio dessa tecnologia, a água das chuvas que cai sobre superfícies como telhados e rochedos são coletadas nas calhas e armazenadas nas cisternas para serem consumidas pelas famílias ou usadas na produção para irrigação e para criação de animais. Esse é apenas um exemplo de uma tecnologia socioambiental que ajuda famílias locais a conviver com os desafios do Semiárido.