Projeto Agricultura Familiar e Inclusão Produtiva semeia sonhos no Rio Grande do Norte

Beneficiários reunidos em momento de celebração da finalização do Projeto Agricultura Familiar e Inclusão Produtiva.

Foi na sombra do cajueiro do Sr. José Valdenir, na comunidade Lanchinha, em Tenente Laurentino/RN, que realizamos, no último mês, o momento simbólico de finalização do Projeto Agricultura Familiar e Inclusão Produtiva, realizado em parceria com a Echoenergia.

Cerca de 30 famílias das comunidades Lanchinha, José Antônio, Cinco Cantos e Riachão foram beneficiadas, por meio de ações em prol do desenvolvimento de capacidades locais. Nestas comunidades, implantamos com as famílias fogões ecoeficientes e viveiros para produção de hortaliças, reformamos e recuperamos pocilgas e aviários para criação de suínos e aves com o intuito de impulsionar essas cadeias produtivas, no que tange à prática da agricultura familiar. 

Vitória Alves, beneficiária de fogão ecoeficiente

Vitória Alves, 51, diz que sempre sonhou em ter um fogão à lenha, mas a tecnologia surpreendeu ainda mais.

“Quando soube que eu ia receber esse fogão, eu fiquei feliz demais. Eu sonhei demais com isso. Eu já me via nesse fogão produzindo meus doces e meus bolos. Quando chegou que comecei a usar eu fiquei maravilhada demais. Eu vou ali no meu quintal, junto uns gravetos e rapidinho eu faço o fogo, sem contar que é muito rápido. Depois que esquenta, pode inventar panela em cima desse fogão”, comemora.

O fogão ecoeficiente é uma tecnologia social de baixo custo, também conhecido como ecofogão, uma alternativa sustentável, simples e com grandes impactos sociais, ambientais e relacionados à saúde. O fogão ecoeficiente tem como objetivo produzir o máximo de calor utilizando a menor quantidade de biomassa vegetal. 

A tecnologia contribui com a diminuição do desmatamento, uma das principais ameaças ao bioma Caatinga, além de reduzir a emissão de gases poluentes no ecossistema. É composto por uma estrutura em alvenaria; uma câmara de combustão de material refratário, que suporta altas temperaturas e reduz em até 50% o consumo de biomassa; o isolamento térmico; uma grelha de ferro fundido que aumenta a oxigenação da combustão; e, uma chaminé que direciona a fumaça diretamente para fora das casas.

Eliza Maria, 50, conta que uma das coisas que ela mais gosta é poder trabalhar no seu sítio. Antes de receber o viveiro para a produção de hortaliças, ela criava porcos e trabalhava na agricultura em períodos de chuva, cultivando feijão, milho e fava. 

Eliza Maria, 50, beneficiada com um viveiro para a produção de hortaliças.

“Isso aqui é uma benção mandada por Deus. Eu nunca imaginei que poderia receber algo assim e eu nunca trabalhei com hortaliças. Hoje tá aí, já fiz uma retirada grande para venda e já tô replantando. Agora eu já sonho em aumentar pra plantar outras coisas, como o pimentão, a pimentinha e o tomate. E eu sou muito feliz com essa vida aqui, porque eu planto, eu colho, eu crio, eu vendo e compro o que eu quero”, reforça Eliza.

Além de implantar estas tecnologias, realizamos oficinas cuja proposta foi partilhar conhecimentos teóricos e práticos a partir dos saberes locais para potencializar a utilização de insumos existentes em seus contextos, seja para alimentação, manejo ou mesmo o tratamento de doenças, como é o caso das famílias que criam galinhas caipiras. 

O momento descontraído de encerramento das ações do Projeto, contou com o compartilhamento de experiências das agricultoras e agricultores quanto às expectativas de futuro a partir das tecnologias recebidas e formações realizadas. O momento contou também com a participação de Thamara Gomes, Analista de Impacto Social da Echoenergia; nossa Analista Socioambiental, Juliete Rodrigues; nosso Coordenador Socioambiental, Paulo Segundo; e, nosso Diretor de Novos Negócios, Wagner Gomes. 

Thamara Gomes, Analista de Impacto Social da Echoenergia, e nosso Diretor de Novos Negócios, Wagner Gomes durante a finalização do Projeto.
“As ações desenvolvidas pela Adel e Echoenergia junto às 30 famílias agricultoras do município de Tenente Laurentino Cruz/RN, são estratégicas e necessárias para a inclusão socioprodutiva e fortalecimento da Agricultura Familiar e de cadeias produtivas locais. Acreditamos que a partir das ações de capacitação, instalação de unidades produtivas e assessoria técnica, as famílias podem aperfeiçoar suas práticas de cultivos e aproveitar oportunidades econômicas e sociais em suas comunidades, desenvolvendo seus empreendimentos”, comenta Wagner. 

Sobre o projeto

O Projeto Agricultura Familiar e Inclusão Produtiva é uma estratégia da Echoenergia executada por nós, com o objetivo de fortalecer a agricultura familiar por meio do acesso ao conhecimento e da implantação de tecnologias sociais de desenvolvimento socioprodutivo. 

Entre as aquisições implantadas estão 04 (quatro) estruturas de viveiros para produção de hortaliças, aprimoramento de 05 (cinco) pocilgas, construções de 06 (seis) aviários, 03 (três) reformas de aviários para produção e criação de aves e 06 (seis) ecofogões. 

Além da implementação de tecnologias, o fundo de investimento também foi direcionado para a aquisição de insumos. Cada família beneficiada com pocilgas recebeu um casal de suínos, 120 kg de ração de soja e 120 kg de milho moído. Cada beneficiário de aviários, recebeu 50 pintos de dupla aptidão, vacinados, 80 kg de ração inicial e 80 kg de ração para crescimento. Cada beneficiária dos fogões ecoeficientes recebeu um kit com 3 unidades de formas retangulares e um kit com 3 unidades de formas redondas, um tacho de 15 litros e um fuê de cozinha. Os beneficiários de hortaliças receberam kits de jardinagem contendo ancinho com cabo, carro de mão, enxada com cabo, pá com cabo, 4 pacotes de sementes e um regador. 

Realizamos ainda, formações para que as agricultoras e agricultores pudessem otimizar suas atividades produtivas, ao mesmo tempo em que geram equilíbrio entre os fatores econômicos, sociais e ambientais. Dentre as formações realizadas, destacamos: Produção de Bolos tradicionais (30h), Planejamento de Negócios (12h), Avicultura (24h), Agroecologia (12h), Agrofloresta (12h), Associativismo (12h), Cajucultura (20h), Comercialização (12h) e Suinocultura (24h). 

Esperamos e já conseguimos visualizar, que as sementes plantadas neste projeto vão render frutos no futuro bem próximo, a partir dos sonhos e empenho das famílias, em construírem condições de vida plena em suas comunidades.

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