16 anos de atuação em prol do desenvolvimento local

Neste dia 8 de dezembro, em que completamos 16 anos de trajetória, consideramos oportuno refletir sobre a relevância da nossa existência e de tantas outras organizações da sociedade civil que atuam diretamente com desenvolvimento rural sustentável no Brasil, formando um sistema de suporte a famílias e comunidades agricultoras em situação de vulnerabilidade social e econômica e em contexto de grave pressão ambiental. 

COP28 está acontecendo essa semana e mais uma vez coloca em evidência os desafios ecológicos urgentes que precisamos superar como comunidade global. O grau crítico de ameaça às comunidades rurais em contextos como o Semiárido brasileiro, mais vulneráveis aos impactos da degradação ambiental e das mudanças climáticas, precisa estar bem no topo da pauta de qualquer reunião e discussão nesse momento. 

Por isso, quando nós falamos em empreendedorismo, protagonismo e cooperação de pessoas que vivem em comunidades rurais do Semiárido, estamos nos referindo, na verdade, ao espírito de convivência sustentável com a realidade ecológica em que essas pessoas estão inseridas. Sobre ajudá-las a criar, colocar em prática, disseminar e aprender sobre meios para sua resiliência, para que possam resistir às pressões e aos desafios com que precisam lidar diariamente e se adaptar positivamente, tornando-se capazes de subsistir, coexistir e se desenvolver como pessoas e comunidades nesse contexto. É esse o caminho que temos trilhado e buscamos seguir em 2024.

Nosso compromisso em 2024

Além do compromisso com a Agenda 2030 e os ODS a partir da nossa campanha “Mudanças para Transformar o Futuro”, nossa equipe seguirá firme na construção de novas parcerias e projetos para inovar e difundir tecnologias acessíveis para os territórios rurais e compartilhar conhecimentos com as famílias para que elas possam adotar essas soluções como partes de uma cultura de desenvolvimento sustentável, conservando sempre a biodiversidade local. A garantia de condições adequadas à prática da agricultura, por uma perspectiva ecológica, contribuirá para preservação e recuperação dos biomas; segurança alimentar e acesso a água. 

Há tanta riqueza e potência a ser aproveitada nos saberes tradicionais, na cultura e na empiria dessas comunidades. Mas é preciso que se estruturem as cadeias de valor, que canais de financiamento e investimento reconheçam não apenas as oportunidades, mas também a urgência dos desafios que se impõem à nós todos, como sociedade, e a criticidade da adaptabilidade das comunidades rurais mais vulneráveis aos impactos da crise climática neste momento. Faz-se necessário a construção de políticas, meios institucionais e programas em que governos, empresas e sociedade civil se aliem com consistência e convergindo para resultados tangíveis em termos de desenvolvimento de capacidades por famílias e comunidades rurais em contextos como o Semiárido brasileiro. 

Isso vai além do apoio a essas comunidades. É essencial promover inclusão social, produtiva e política. Abrir espaços para que atores locais das comunidades possam participar das conversas, do planejamento e dos processos decisórios. É preciso ouvi-los com atenção e respeitar seus conhecimentos e as perspectivas que eles trazem à mesa. É necessário democratizar a governança das políticas de desenvolvimento sustentável. E, aí sim, contribuir para a ampliação de capacidades por esses atores locais para que eles possam representar com qualidade suas bases sociais.

Apoiar e incluir as famílias que vivem no meio rural em cenários de vulnerabilidade, que estão mais expostas às ameaças e aos efeitos das mudanças climáticas e das pressões ambientais, é condição para o desenvolvimento sustentável. Que, por sua vez, é condição para garantia dos direitos humanos dessas milhões de pessoas. 

Essa é a interpretação mais precisa da nossa missão e o que temos feito nesses 16 anos de trabalho, contando com a confiança de parceiros e aliados que compartilham conosco desse propósito. 

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