Em uma época em que a fome voltou a estar presente no dia a dia de muitos brasileiros, mostrar os caminhos da semente ao prato, torna-se necessário e urgente.
Manter uma relação saudável com os alimentos, que respeite a natureza, onde possamos conhecer todos os processos, faz com que possamos valorizar mais o cultivo do alimento e manejo da terra.
Relembrar que as decisões que tomamos sobre a nossa alimentação provocam impactos ambientais, sociais e econômicos nas cadeias de produção de alimentos, faz com que possamos romper o ciclo de uma era do consumo de alimentos industrializados e processados, de produção de alimentos em insegurança alimentar, para que tenhamos acesso ao alimento saudável e sustentável, promovendo uma relação saudável com os alimentos que respeite a natureza.
Da semente ao prato
Enquanto o consumo dos produtos ultraprocessados só aumenta nas nossas mesas, existem milhares de pequenos produtores que estão gerando comida saudável e acessível, mas permanecem no anonimato.
É o caso da Sabrina Bizunga e de mais três jovens, que estão promovendo o debate sobre alimentação saudável e sustentável, através da campanha Caminhos da Comida, da WWF-Brasil, que tem como objetivo mostrar a valorização da agricultura familiar e como o alimento chega até a sua mesa.
Sabrina Bizunga, de São Luís do Curu, no Ceará, é filha de produtores rurais, e é a única, entre 11 irmãos, que deu continuidade à atividade dos pais. Sabrina por amor à natureza resolveu cursar técnico em agropecuária. A jovem também buscou conhecimento na área de empreendedorismo rural. Em 2016, participou do nosso Programa Jovem Empreendedor Rural (PJER), após a formação, Sabrina criou seu próprio negócio. Hoje é idealizadora e dirige o projeto Flor do Sertão, empresa sustentável, onde trabalha com a valorização do sertão, ornamentação de jarros rústicos, restauração e montagem de jardins, além da produção de alimentos orgânicos.
“Estou herdando a lavoura e fazendo do meu jeito, mesmo batendo muito de frente com meu pai. A ideia é mostrar, através da Flor do Sertão, que as pessoas podem produzir seu próprio alimento, que é possível”, ressalta. Sabrina relata que as pessoas não respeitavam a assessoria técnica que prestava aos agricultores, por ser jovem e mulher. Isso fez com que ela quisesse se reinventar e buscar crescimento profissional, além de novos campos de estudo, como técnico em agropecuária, agrimensura e, recentemente, em meio ambiente.
A campanha
Os outros participantes da Campanha Caminhos da Comida são Gleison Leite Xucuru, jovem indígena de 24 anos do Povo Xukuru do Ororubá, da Aldeia Cana Brava, que fica em terra indígena homologada no começo deste século, após décadas de lutas e conflitos, no município de Pesqueira, em Pernambuco; Marcelo Borges, de Aparecida do Rio Doce, em Goiás, é fundador do Folhas Que Salvam – com embaixadores em 23 Estados; e, Amanda Bonadiman, a jovem carioca percorreu o raro caminho que leva jovens da cidade a morarem no campo. Atualmente vive com a família em Alegre, no Espírito Santo, onde se dedica ao trabalho no campo, à produção e comercialização de alimentos.
A campanha Caminhos da Comida vem na sequência de uma pesquisa global da Economist Intelligence Unit (EIU) e encomendada pelo WWF-Brasil, uma ONG brasileira que há 25 anos atua coletivamente com parceiros da sociedade civil, academia, governos e empresas em todo país para combater a degradação socioambiental e defender a vida das pessoas e da natureza.
A campanha está acontecendo nas redes sociais através dos perfis: @wwfbrasil @bizungasabrina, @mandinhasilvaoficial, @gleison_xp, @marceloborgesoficial. Hoje, dia 17/12, às 18h, depois de uma trajetória incrível de muita partilha, será realizado um evento de encerramento da campanha, com a participação de todos os jovens e muitos outros convidados especiais. Nosso Diretor Executivo, Adriano Batista, também irá participar. As inscrições seguem disponíveis no seguinte link: https://bit.ly/wwf-evento