Fortalecimento da Cadeia Produtiva do Mel no Ceará

Realizamos ontem, 28, o Seminário Regulamentação da Meliponicultura no Ceará, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Apuiarés/CE. O evento permitiu muitas trocas entre os participantes e importantes articulações para o fortalecimento da atividade na região do Médio Curu e Aracatiaçu.

Trinta produtores e produtoras de mel do território participaram da programação que contou com palestras, painéis e rodas de conversa. Durante o encontro, foram discutidas as temáticas: A importância da Cooperação para o desenvolvimento Local; Avanços e desafios das Cadeias Produtivas das Abelhas na visão dos produtores; e, Regulamentação e Certificação da Meliponicultura no Estado do Ceará.

Aproveitando a participação desses importantes atores, foi realizado o levantamento de informações quantitativas e qualitativas para a construção de um diagnóstico sobre a apicultura e meliponicultura no Ceará. O Diagnóstico foi realizado pela Dra. Hiara Meneses, Presidente da Associação Cearense de Meliponicultores (ACMEL), e está sendo conduzido pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA). A iniciativa vai permitir ao poder público estabelecer estratégias para aprimorar o desenvolvimento das atividades nesses territórios, uma vez que a coordenação da distribuição é também uma demanda das pessoas que atuam na cadeia produtiva do mel.

A participação de lideranças comunitárias, técnicos rurais, poder público, além dos agricultores, levantou como questão prioritária a regulamentação da Lei Nº17.896, aprovada em janeiro de 2022, que dispõe sobre a criação, o manejo, o comércio e o transporte de abelhas sem ferrão (meliponíneos) no estado. O decreto de regulamentação é o instrumento que garante a aplicação da lei por parte dos órgãos administrativos. 

Dentre os encaminhamentos sugeridos pelos participantes do Seminário, está a articulação com outros territórios da região – Curu, Sertão de Canindé e Maciço de Baturité, que também desenvolvem a atividade e podem se unir para uma assinatura conjunta de uma carta demandando a publicação do decreto. A iniciativa demonstra o interesse dos produtores em organizar o segmento para terem competitividade no mercado. Um desses produtores é o Sr. Francisco de Paulo, do município de General Sampaio. Ele afirma que o Seminário foi importante para fazer contatos, buscar mais conhecimentos e fortalecer sua atividade. 

“Gostei demais do Seminário, bem proveitoso. As palestras foram ótimas, muita instrução e informações. Essa ação vai nos ajudar, pois vai agregar valor para essa atividade do mel. Esses Seminários fortalecem os apicultores da região para reconhecermos nosso valor. Aqui nós temos um polo produtor de mel de bastante relevância, com produtos de boa qualidade. Do meu ponto de vista, como produtor, assino embaixo em relação a qualidade do que é produzido aqui. Por isso, apoio e participo de encontros que visam melhorar nosso trabalho”, reforça. 

Para que uma Cadeia Produtiva alcance sustentabilidade e competitividade é necessário promover a formação de uma visão sistêmica no setor, através da visualização da cadeia como um todo e das interligações. O relato dos agricultores evidenciou um trabalho de recomposição da flora nativa que muitos deles têm desenvolvido em suas comunidades e em especial em suas pequenas propriedades. 

Para além das questões relativas à estruturação da cadeia produtiva, foi importante perceber a consciência ecológica e uma mudança de percepção dos agricultores quanto à relevância da biodiversidade local a partir da atividade. O evento foi realizado em parceria com o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CACTUS), a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) do Governo do Estado do Ceará e o Ministério da Agricultura e Pecuária. Contou ainda com apoio das Secretarias de Agricultura de Apuiarés, General Sampaio e Paramoti.

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