Por meio do Programa Echosocial Ventos que Transformam, desenvolvido pela Echoenergia e executado pela Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel), serão construídas mais de 100 cisternas de placas na região dos municípios pernambucanos Caetés e Capoeiras, esse ano. A ação compõe uma parte do Projeto Social com foco em segurança hídrica financiado por meio do subcrédito do BNDES.
Os municípios atendidos caracterizam-se pelo clima semiárido. Nas comunidades rurais, milhares de famílias convivem com a escassez de água, ocasionada por diversos fatores, tais como a imprevisibilidade das chuvas e a ausência de tecnologias de captação e armazenamento. Assim, existe a necessidade premente de ampliação da infraestrutura hídrica básica nessas comunidades, incluindo a organização dessas pessoas para que possam gerir essa infraestrutura com viabilidade técnica, econômica e de forma sustentável.
Uma das primeiras atividades do Projeto foi a capacitação para a construção de cisternas de placas com capacidade de armazenamento de 16 mil litros. Dez (10) pedreiros do sertão de Pernambuco participaram da formação que aconteceu no final do ano passado, na comunidade Laguinha, em Caetés/PE. Os participantes da oficina serão parte da mão de obra responsável pela construção das cisternas nas comunidades beneficiadas.
O momento proporcionou através de atividades práticas e teóricas, conhecimentos que garantam a construção de cisternas nos moldes do programa P1MC, do Governo Federal, estabelecendo um padrão de atuação para os profissionais que implementarão essa tecnologia. A formação busca garantir a qualidade das cisternas e evitar falhas que possam prejudicar ou até comprometer o funcionamento adequado.
A oficina foi ministrada por Francisco Eli Carlos da Silva e contou com a construção demonstrativa de uma cisterna. Nessa etapa, os participantes contaram com a expertise de um profissional experiente que além de explicar, demonstrou as técnicas e procedimentos corretos para a construção das cisternas.
Para Suzana dos Santos, Presidente da Associação Comunitária do Sítio Laguinha “o momento foi uma ótima oportunidade de formação para a comunidade e contribuirá para melhorar o currículo de muitos jovens da região”. A formação possibilitará a contratação da mão de obra local. Um dos beneficiados pela formação, Charles de Almeida Melo, 27, acredita que os conhecimentos adquiridos contribuirão com a comunidade. “Gostei muito de aprender as técnicas de construção, serão úteis para nossa comunidade”, afirma Charles.
A oficina seguiu todas as medidas preventivas indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na pandemia. O impacto que as tecnologias sociais de acesso à água têm na vida dos moradores das comunidades rurais Barrocas, Laguinha, Quitonga, Exu, Mulungu, Serrote, Tanque Novo, Pau Ferro, Toquinho, Serra de Dentro, Paraguai, Vermelha e Piado, em Caetés e Capoeiras, é imenso.
O uso de tecnologias socioambientais de baixo custo é estratégico para a convivência com o semiárido e para provocar alterações no cenário da escassez de água para consumo humano e produção de alimentos. A implantação de cisternas, por exemplo, proporciona não só o acesso à água potável para consumo humano, mas também impulsiona a segurança alimentar e nutricional das famílias. As tecnologias sociais de segurança hídrica são alternativas que ajudam a transformar a realidade do semiárido, contribuindo para uma melhor qualidade de vida da população.